quarta-feira, 14 de abril de 2010

Frase do dia

"Quando se aprende a amar o mundo passa a ser seu".
(Renato Russo)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Reflexão



Perfeição

Legião Urbana

Composição: Renato Russo

Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões...

Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...

Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...

Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...

Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...

Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...

Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...

Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...

Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!...


Eu acho que após ver a letra desta belíssima música, a única coisa a ser dita é que temos que acordar deste mundo onírico no qual vivemos e fechamos nossos olhos para as mazelas da sociedade enquanto nenhum mal chegar a sua porta significa então que ele não existe? Hoje foi alguém que você não conheça, amanhã pode ser seu filho, ou algum ente querido. Lembre-se Renato Russo morreu há 13 anos e esta música que foi escrita em 1993, e estamos em 2010 e o que foi relatado nesta música é o que vemos acontecer quase que diariamente e o que fazemos para tentar evitar nada apenas cruzamos nossos braços diante destas situações e muitas outras. Pense é ano eleitoral, os políticos vão fazer de tudo para conseguir seu voto (até dançar o rebolation), antes de jogar seu voto no lixo pense pelas pessoas que foram arrancadas abruptamente de seus lares e famílias vítimas da violência, pensem pelas pessoas que estão no mundo do crime que em muitos casos não tiveram oportunidade de ser o que sonhavam e encontraram uma maneira mais fácil de estar incluso do sistema excludente, pense nas milhares de crianças, adolescentes e adultos que estão perdidos no mundo das drogas, pense nas pessoas que padecem de fome. Enfim, pense o que você vai fazer com seu voto, se caso prefira votar em qualquer um, vote e sofra as consequências depois.

Maíra Matos.

Entreterimento : Claumir do arrocha

Esse vídeo é para a galera de Ibicuí, e para quem conhece essa figura extrovertida que não aguenta ver uma câmera que já começa a dançar. Para vocês Claumir do Arrocha.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Modismo


Atualmente estamos acostumados a ver mulheres maravilhosas totalmente perfeitas, e muitas de nós mulheres nos sentimos literalmente um lixo.
Devemos isso a o que chamamos de mídia que impõe aquele estereótipo e tem que ser seguido se não você se torna um marginal ( à margem da sociedade), todos estes modismos que chegam de uma hora para outra e somem com a mesma velocidade que aparecem, faz de nossa juventude um aglomerado de alienados, que só sabem usar o orkut, o twitter e etc.
Faz dos adolescentes manequins para serem mostrados todos os tipos de marcas pois quanto mais você consome, mais importante você é , neste atual sistema capitalista você literalmente o que você compra pois, a sua imagem já não existe seu caráter não vale de nada o que importa é o que você tem no bolso.
Enfim, para complementar meu ponto-de-vista não existe texto melhor do que o de Carlos Drummond de Andrade:

Eu etiqueta

Em minha calça está grudado um nome

Que não é meu de batismo ou de cartório

Um nome... estranho.

Meu blusão traz lembrete de bebida

Que jamais pus na boca, nessa vida,

Em minha camiseta, a marca de cigarro

Que não fumo, até hoje não fumei.

Minhas meias falam de produtos

Que nunca experimentei

Mas são comunicados a meus pés.

Meu tênis é proclama colorido

De alguma coisa não provada

Por este provador de longa idade.

Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,

Minha gravata e cinto e escova e pente,

Meu copo, minha xícara,

Minha toalha de banho e sabonete,

Meu isso, meu aquilo.

Desde a cabeça ao bico dos sapatos,

São mensagens,

Letras falantes,

Gritos visuais,

Ordens de uso, abuso, reincidências.

Costume, hábito, permência,

Indispensabilidade,

E fazem de mim homem-anúncio itinerante,

Escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na moda.

É duro andar na moda, ainda que a moda

Seja negar minha identidade,

Trocá-la por mil, açambarcando

Todas as marcas registradas,

Todos os logotipos do mercado.

Com que inocência demito-me de ser

Eu que antes era e me sabia

Tão diverso de outros, tão mim mesmo,

Ser pensante sentinte e solitário

Com outros seres diversos e conscientes

De sua humana, invencível condição.

Agora sou anúncio

Ora vulgar ora bizarro.

Em língua nacional ou em qualquer língua

(Qualquer principalmente.)

E nisto me comparo, tiro glória

De minha anulação.

Não sou - vê lá - anúncio contratado.

Eu é que mimosamente pago

Para anunciar, para vender

Em bares festas praias pérgulas piscinas,

E bem à vista exibo esta etiqueta

Global no corpo que desiste

De ser veste e sandália de uma essência

Tão viva, independente,

Que moda ou suborno algum a compromete.

Onde terei jogado fora

Meu gosto e capacidade de escolher,

Minhas idiossincrasias tão pessoais,

Tão minhas que no rosto se espelhavam

E cada gesto, cada olhar

Cada vinco da roupa

Sou gravado de forma universal,

Saio da estamparia, não de casa,

Da vitrine me tiram, recolocam,

Objeto pulsante mas objeto

Que se oferece como signo dos outros

Objetos estáticos, tarifados.

Por me ostentar assim, tão orgulhoso

De ser não eu, mas artigo industrial,

Peço que meu nome retifiquem.

Já não me convém o título de homem.

Meu nome novo é Coisa.

Eu sou a Coisa, coisamente.

Lembre-se : " As flores são bonitas em qualquer lugar do mundo muita gente tem forma, mas não tem conteúdo". ( Charlie Brown Jr)